A Academia Barretense de Cultura – ABC, foi criada em 1983. Ela não foi criada de forma linear, como uma linha que tenha começo, meio e fim. Ela foi criada de forma circular, isto é, para ser sempre dinâmica, em ciclos constantes. O cerne, está aqui representado neste brasão pela figura central, a cabeça da Deusa da Sabedoria: Minerva. “Era filha de Júpiter, não tinha mãe e saíra da cabeça do deus, já adulta e revestida de armadura completa. A coruja era a sua ave predileta e a planta a ela dedicada era a oliveira. Além de padroeira das artes úteis e ornamentais; só protegia, porém, a guerra defensiva e não simpatizava com o amor selvagem de Marte pela violência e pelo derramamento de sangue. A lenda diz que, no reinado de Cécrope, o primeiro rei de Atenas, a cidade lhe fora oferecida como prêmio de uma disputa com Netuno que também aspirava tal glória. Os deuses decidiram que o prêmio seria dado àquela divindade que oferecesse aos mortais o presente mais útil. Netuno ofereceu o cavalo e Minerva, a oliveira. Os deuses decidiram que a oliveira era mais útil e concederam a cidade a Minerva, que lhe deu o nome, pois Minerva em grego é Atena”.

Ao assumirmos uma Cadeira da ABC, não é igual entrarmos para uma Associação, embora possam ter muitas coisas em comum. Entrar para a ABC significa não só pagar as mensalidades e frequentar as reuniões mensais. Entrar para a ABC significa receber uma Cadeira, e a partir desse momento nos tornamos responsáveis por ela, que nos dará direitos e deveres regidos por um Estatuto e um Regimento Interno. Ocupar uma Cadeira na ABC não é para se adquirir um status social, porque isso presume-se que cada um já o tenha. Ocupar uma Cadeira da ABC significa assumi-la. Assumir uma Cadeira na ABC significa ações. Estas ações sim serão imortais. Estas ações não podem ficar restritas a uma sala fechada ou a um grupo isolado. Isso, podemos ver, bem representados nos círculos concêntricos que compõem o Logotipo: cada ação deverá ser como os círculos na água provocados por uma pedra jogada no lago, deverá expandir e atingir toda comunidade.

O círculo nos dá essa sensação de algo inesgotável e dentro deste conceito, podemos dizer: – um acadêmico tem seu ciclo de vida, que extinto será substituído por outro e assim sucessivamente. Um desses círculos é composto por folhas de oliveira, formando uma coroa, onde cada folha representa um Acadêmico, harmoniosamente distribuídos em número igual de cada lado – 20 e 20 num total de 40 acadêmicos. A oliveira é o símbolo da paz, e podemos ver isso em muitas citações bíblicas e mitológicas. O caminho feito por Santa Izabel, quando foi visitar sua prima Maria continha oliveiras dos dois lados. Jesus em seus momentos de reflexão quis estar sozinho no Monte das oliveiras. O formato de coroa é normalmente consagrado para coroar a vitória, a bravura, a honra, o saber e a virtude e tudo isso será possível se mantivermos a união e a fraternidade. As cores vibrantes: amarelo e vermelho com a sua complementar verde, são as cores de nosso município e fazem parte do brasão e da bandeira. Portanto, a figura mitológica de Minerva, as folhas de oliveira e as três cores não foram usadas no logotipo da ABC por acaso. Para finalizar, não será demais lembrar uma frase de Goethe: “O mundo foi divinamente programado, de forma que cada qual, em seu lugar, e em seu tempo, está em equilíbrio com o restante”.

– Conceição Aparecida Ribeiro Borges, acadêmica da ABC, cadeira 24.